Acordei cedo, fui ao dentista, e depois fui à Lotérica com mamãe, que precisava pagar algumas contas. Como a fila estava absurdamente enorme, e eu estava exausta de tanto ir e vir, sentei-me do outro lado da rua, na frente da Basílica.
O sol ainda não estava quente, e fiquei ali, observando as pessoas, enquanto esperava mamãe. Enviei um SMS à Larissa, que estava na escola, e parei para prestar atenção nas coisas que aconteciam a minha volta.
No eu lado direito, havia um homem sentado, vestia roupas rasgadas e sujas, e parecia cansado. Então notei que ele era um mendigo, e pedia esmola às pessoas que passavam pelo centro da cidade.
Observei-o calada:
- Você pode me arrumar uma moeda?
Este negou. Olhou o mendigo com desprezo, e limpou com um lenço o local onde ele havia segurado em seu braço. Fiquei indignada ao ver isso.
Movi a cabeça negativamente, olhei a hora, e voltei a olhar para o mendigo.
Desta vez ele seguia em direção a um homem, que entrava num carro, no outro lado da rua. O homem entrou, e o mendigo ficou ali, parado, olhado para dentro do carro, esperando alguma ajuda.
Eu também olhava, e sequer disfarçava o olhar. Aliás, eu queria ver aquilo.
Então, o homem baixou o vidro, e com um sorriso entregou ao mendigo, algumas moedas. Sorri, satisfeita de presenciar a cena. O motorista notou que eu vira tudo, e sorriu pra mim antes de levantar os vidros novamente.
Dessa vez, baixei os olhos, comovida, e feliz por ver que ainda exista pessoas boas, que estão dispostas a dividir o que conquistam com aqueles que não tiveram a mesma sorte.
O mendigo saiu caminhando, feliz, com um largo sorriso no rosto.
O motorista foi embora.
E eu fiquei ali, contemplando aquela doce sensação de ter presenciado o bem.
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