E como disse Clarice Lispector, em "A Paixão Segundo G.H.":
"quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação."
Então, quando as coisas não estão certas, ou compreensíveis, eu busco entender. Mas entender de uma forma que me agrade. Busco criar um universo paralelo ao meu, em realidade menos dura que a que eu vivo.
E é nesse mundo correto e agradável a meu ver, que viajo durante o sono, ou quando encontro tempo para sonhar acordada, na corrida da vida, que com o tempo, me vejo obrigada a correr.
Talvez, os problemas que eu tenho nem sejam tão grandes, ao comparados com os do mundo.
Mas talvez, seja por eu notá-los com tamanha frequência que eles pareçam crescer, criar vida própria, e assim, dominar a minha, tornando-me, mera coadjuvante na minha própria existência.
O que fazer?
Continuar sonhando?
E se eu me dispersar da realidade, e então perder o caminho de volta?
Isso seria a loucura?
Se for, eu acho que um dia ficarei louca...
Isso, se esses sintomas, cada vez mais frequentes, já não sejam a loucura. Acho que é uma loucura boa, não dói, e é mais fácil viver assim do que encarar a dura realidade lá fora.
"DURA REALIDADE"... É engraçado dizer isso!
Será que não percebemos que somos nós quem deixamos assim?
A minha solução só EU posso encontrar, então, pra quê reclamar se posso fazer algo para mudar o rumo das coisas? Eu fiz?
Ainda há tempo... (Eu acho!)
Bjnhos... Hanna Oliveira
