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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Velhos e novos amigos...








Sem nada pra fazer....


O bem ainda existe

Acordei cedo, fui ao dentista, e depois fui à Lotérica com mamãe, que precisava pagar algumas contas. Como a fila estava absurdamente enorme, e eu estava exausta de tanto ir e vir, sentei-me do outro lado da rua, na frente da Basílica.

O sol ainda não estava quente, e fiquei ali, observando as pessoas, enquanto esperava mamãe. Enviei um SMS à Larissa, que estava na escola, e parei para prestar atenção nas coisas que aconteciam a minha volta.

No eu lado direito, havia um homem sentado, vestia roupas rasgadas e sujas, e parecia cansado. Então notei que ele era um mendigo, e pedia esmola às pessoas que passavam pelo centro da cidade.

Observei-o calada:

- Você pode me arrumar uma moeda?

Este negou. Olhou o mendigo com desprezo, e limpou com um lenço o local onde ele havia segurado em seu braço. Fiquei indignada ao ver isso.

Movi a cabeça negativamente, olhei a hora, e voltei a olhar para o mendigo.

Desta vez ele seguia em direção a um homem, que entrava num carro, no outro lado da rua. O homem entrou, e o mendigo ficou ali, parado, olhado para dentro do carro, esperando alguma ajuda.

Eu também olhava, e sequer disfarçava o olhar. Aliás, eu queria ver aquilo.

Então, o homem baixou o vidro, e com um sorriso entregou ao mendigo, algumas moedas. Sorri, satisfeita de presenciar a cena. O motorista notou que eu vira tudo, e sorriu pra mim antes de levantar os vidros novamente.

Dessa vez, baixei os olhos, comovida, e feliz por ver que ainda exista pessoas boas, que estão dispostas a dividir o que conquistam com aqueles que não tiveram a mesma sorte.

O mendigo saiu caminhando, feliz, com um largo sorriso no rosto.

O motorista foi embora.

E eu fiquei ali, contemplando aquela doce sensação de ter presenciado o bem.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Chorei

Chorei ouvindo música
Chorei ao lembrar de amigos eternos
Chorei por amor
Chorei de tanta alegria
Que não sabia se deveria chorar
Porém
Chorei ao perder alguém
Chorei de dor
Chorei de angústia
Chorei de saudade
Sem esquecer
Que chorei sem saber por que chorar
Mas deixei o sentimento escuro fluir
Minha alma iluminar
Lavar a face?
Talvez
Mas não esqueci de sorrir
Muito menos deixei de chorar.


Hanna Oliveira
(aula de português)

Viagem na Aula de Biologia

Aula de Biologia. Silêncio. Apenas alguns pequenos ruídos e o som da explicação do professor na sala ao lado - e como ele fala alto! - sem esquecer o som da troca de canetas, que bate estridente na mesa, na cópia sem fim do texto escrito no quadro-negro.

Eu paro, olho em volta; e enquanto me imagino fora da sala, passeando entre os casarios antigos, indo em direção à gloriosa Basílica do Bom Jesus, como os devotos e romeiros, no mês de Agosto; observo o engraçado movimento de todos os alunos: levantando a cabeça em direção a lousa, abaixando a cabeça em direção ao caderno, como se tivessem ensaiado, como uma dança, onde, por mais incrível que pareça, a música é o silêncio.

O silêncio toma conta de tudo, a escola parecia vazia, o bairro do Rocio parecia completamente vazio. Olhei pela janela, caminhei os olhos pela Rua Vitoriano Ribeiro, continuava vazia e silenciosa, as casas simples, de cores desbotadas, pareciam ser os únicos habitantes daquela cidade antiga e de imenso valor histórico.
O professor termina o texto, que parecia antes, não ter fim. Agora, algumas palavras voam no ar, diferentes diálogos, um emaranhado de sons, entre pessoas que convivo diariamente, mas que ainda não conheço.

Já parou para analisar essas características? ou o que pensam durante esse silêncio da aula? Pensam? Ou apenas copiam o que está sendo proposto no quadro? Acho que nessa aula somos alunos-robôs, com o mesmo movimento alinhado, ao escrevermos palavras que sequer paramos para ler!

Afinal, somos alunos construtivistas?

Vou pensar nisso na próxima aula, agora, guardo os meus materiais e vou passear na beira do rio.


Hanna Oliveira
(crônica feita na aula de português)