É como se ao começar o ano, tudo o que foi bom, com as mudanças, foi deixado para trás, sugado do meu peito como uma sanguessuga faminta ao devorar o sangue de sua pobre presa.
Sou a presa da vida. Uma presa frágil, que vive a se esconder nas tocas da sobrevivência.
Saio a noite, escondida, exposta apenas àqueles que podem compreender o meu verdadeiro eu - poucos - meu eu obscuro e interior.
Os bons momentos e os sorrisos estão sendo esquecidos, a corda que segurava estas emoções foi rebentada, o vidro que as protegia, quebrado, agora, tudo isso está sendo exposto ao esquecimento, jogado fora, deixado ao relento, sob chuva e sol...
E essa caixa de pandora, que possivelmente a chamam de cérebro, está fugindo da realidade, por esta ser muito dura e sofrida, no entanto, não estou ficando louca, porém, nunca fui sã.
Portanto, tudo está sendo deixado para trás, é a lei da vida, esquecer, fugir, sobreviver, e deixar em meio ao caminho a carga pesada, para seguir em frente, sendo esta de sofrimentos e angústias ou de felicidades.